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No ESPAÇO LABORE iniciamos no segundo semestre do ano passado a arteterapia.
Este artigo visa informar sobre a arteterapia, suas aplicações, esclarecendo dúvidas sobre esta prática utilizada há muito tempo pela humanidade com fins terapêuticos.
O ser humano tem um potencial criador inato à sua condição humana, potencial este que em nosso processo civilizatório, principalmente numa sociedade consumista e imediatista como a nossa, sofre castrações desde a infância- e cada vez mais cedo- visando adaptar o indivíduo à sociedade a que pertence. Nossa espécie é uma espécie fundamentalmente social, contamos com nossa capacidade intelectual e uns com os outros, somos os bebês mais despreparados ao nascer em relação às espécies que dividem este planeta conosco, então há a necessidade de adaptação ao grupo a que se pertence, mas também é necessário haver um meio termo entre coletivo e individual, porque somos, ao mesmo tempo, indivíduos únicos. Então torna-se necessário também desenvolver este potencial individual de cada um.
E também não confundir individualidade com individualismo, este último sinônimo do massacrante egoísmo de nossa sociedade atual.
Uma definição simples de arteterapia é a utilização da arte por meio dos materiais expressivos os mais diversos com finalidades terapêuticas.
Existem vários modelos nos quais se baseia a arteterapia, sendo o nosso o modelo junguiano.
Carl Gustav Jung, um psiquiatra suíço ( 1875/ 1961), elaborou sua teoria baseando-se em sua crença da capacidade reestruturadora da mente, que utilizando os materiais expressivos teria sua imaginação ativa estimulada e isto levaria ao reequilíbrio e restabelecimento do fluxo psíquico da mente, a um amadurecimento pessoal, harmonizando vários aspectos de nossa psique. A este processo ele chamou individuação.
Ao longo de nossa vida este processo se expressa simbolicamente através do próprio corpo ( seu ritmo, suas doenças, suas expressões psicosomáticas ), pelos sonhos que são um material volátil, logo se vão, e, pela arte que em sua materialidade plástica torna esta expressão perene. A energia psíquica se transforma em imagem, que pode ser trabalhada, modificada, amplificada, visando trabalhar este equilíbrio da energia psíquica.
Inicialmente os compartimentos biológicos e psíquicos eram vistos totalmente separados, como se existissem cada um em seu espaço hermético, sem comunicação entre si, mas isso já foi ultrapassado há muito tempo. E, conforme a neurociência evolui, os neurotransmissores são isolados e estudados em interrelações que abrangem não só o cérebro mas todo o corpo.
Este corpo e esta mente estão interligados em níveis que começamos a esclarecer e entender.
Imagine pensar que o pé com seus músculos , tendões e nervos, também sabe que você está feliz da vida ou ao contrário. É claro que exagerei na imagem para gravar bem a interrelação do todo com as partes e vice-versa.
A arteterapia então promovendo a ativação neuronal e seus respectivos correspondentes fisiológicos, leva a benefícios tais como: reativação da capacidade imaginativa, estimulação psicomotora, reativação de capacidades cognitivas e revitalização através da ludicidade ( jogos, atividades plásticas, exercícios de consciência corporal, etc.).
A arteterapia tem uma ampla aplicabilidade como estimulação de idosos, pacientes com déficit cognitivo, pacientes em quimioterapia, terminais, portadores de doenças autoimunes, sempre como coadjuvante e não substitutivo das terapias alopáticas instituídas.
Pode-se trabalhar grupos de mães tanto de crianças com desenvolvimmento normal como também portadoras de doenças e/ou deficiências, visando melhorar a maternagem que é tão importante para as crianças.
Trata também os desequilíbrios psíquicos como neuroses e psicoses. E, enfim, abordando qualquer indivíduo que deseje trabalhar seu potencial, equilíbrio psíquico, individualidade, visando maior harmonia e desenvolvimento.
Quando as palavras faladas não conseguem expressar o interior do indivíduo, seus desequilíbrios, seus conflitos, a imagem , entre outras modalidades expressivas consegue fazê-lo.
E não é necessário ser um artista, um expert , e quase todos dizem isso – “ não sei fazer isso”, mas quando éramos crianças nossas garatujas expressavam nosso interior, nossa criatividade brotava livre e plena. Devemos resgatar isso para nosso próprio equilíbrio e da nossa sociedade.
Concluo com uma frase que caiu em meu colo:
“O principal crime é permanecermos inconscientes, um crime que não podemos nos permitir cometer.
Onde quer que encontremos feridas e falhas em nossa história, é exatamente o lugar onde somos obrigados a servir de pais para nós mesmos.”
Ana Lúcia Almeida da Silva
Arteterapia
O Espaço Labore, em Laranjeiras, nasceu em 2005 com a proposta de reunir profissionais de excelência nas áreas de Saúde e Educação. Além de psicopedagogia, psicanálise, terapia de família e na Educação, palestras semestrais sobre saúde e educação, o Espaço Labore acolhe agora também a Arteterapia - um trabalho delicado promovido pela médica Ana Lúcia.
Atendimento para bebês, crianças, adolescentes, adultos e idosos.
ESPAÇO LABORE
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