Folha da Laranjeira: Desde 2003 você foi convidado para ser representante do Ministério da Educação no Rio de Janeiro. Como foi essa experiência?
WC: Pude atuar de maneira mais vinculada ao nosso estado, ajudando a trazer um novo Colégio Pedro Segundo para Realengo e Niterói; um novo Cefet para Maria da Graça, Realengo, São Gonçalo e Campos; além da ampliação da UFF para Volta Redonda e da UFRRJ para Nova Iguaçu.
Em Laranjeiras fizemos um investimento grande no INES, que desde maio é a primeira universidade na América Latina de Libras-Português. Participei da equipe do Ministro Tarso Genro que montou o Pró Une e do projeto do Fundeb (Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação Básica). Isso vai ser bom porque vai possibilitar que os municípios possam ter creches e mais escolas e que o estado possa melhorar o ensino médio.
FL: Neste momento você se afastou do cargo para disputar as eleições para deputado estadual. Por que considera a sua candidatura importante?
WC: Sou do Partido dos Trabalhadores há 20 anos. Já fui da direção municipal e hoje sou da direção estadual. Acho que é necessário um professor deputado estadual e mais importante do que falar eu acho que os deputados deveriam saber fazer, saber fiscalizar. Eu tenho muita experiência por ter sido secretário estadual de educação e ter sido diretor do Instituto de Educação.
FL: Como representante do MEC, quais os principais problemas na área da educação que você identifica no Rio de Janeiro?
WC: Precisamos incentivar uma profunda criação de creches e pré-escolas, para melhorar a qualidade das crianças que entram no ensino fundamental. No ensino fundamental precisamos que os professores tenham um piso salarial maior. O ideal é pelo menos 850 reais, que é o que o Fundeb propõe. As escolas do Estado têm que melhorar sua carga horária. O Mec ajudou na distribuição de livro, mas é muito pouco. O Rio ainda tem um dos melhores ensinos do País, mas temos que querer mais e mais.
FL: Como você viu essa crise no governo e no Partido dos Trabalhadores? Em algum momento pensou em deixar o partido?
WC: Não é porque o time eventualmente passa uma má fase que eu mudo de time. No caso do PT é a mesma coisa. Acho que o PT não conseguiu mostrar à população a importância de eleger deputados e senadores para viabilizar o governo Lula, por isso passou dificuldades tendo que governar com alianças com deputados que governam o Brasil há 500 anos. Ou seja, o PT pagou um preço pela vitória. Por ter chegado à presidência sem ter a maioria no Congresso. Acho que houve uma lição não só para o PT como para o Brasil. O PT é maior que seus dirigentes e naturalmente vai sobreviver desde que afaste os maus políticos e mantenha a postura ética, sempre preocupado com a transformação da realidade brasileira.