Informativo da Assoc. de Moradores e Amigos de Laranjeiras - AMAL
Ano XVIII | nº 223 | Janeiro 2008
PALAVRA DO PRESIDENTE
Marcus Vinicius Seixas
Casas-Casadas, reservadas?
Muito grave que após anos de luta, as nossas Casas-Casadas estejam tão bem guardadas, ou talvez, reservadas. Explico: após o término das longas obras de restauração onde a AMAL e os moradores de Laranjeiras lutaram por sua preservação, o conjunto arquitetônico está, por assim dizer, devidamente envolto em mistério. O que lá funciona hoje é a sede de uma empresa municipal denominada Riofilmes, que em nada ajuda o bairro ou justifica a nossa percepção do que seja uso público daquele patrimônio que é de todos. Não foi para virar uma repartição de governo que nós tanto lutamos. Pior, fica a impressão, em não acontecendo nada no imóvel, este seja reservado para uma possível privatização da estatal, entregando a um ente privado a exploração do espaço para a indústria de entretenimento, travestida de cultural. Há ainda, o uso, já em andamento, do “anexo” que hoje abriga uma pequena livraria, um restaurante e loja de cd. Esse anexo, foi providencialmente colocado, pelos dirigentes municipais, fora das Casas, num espaço em nada partícipe do “miolo” do conjunto arquitetônico. Há também local reservado para duas pequenas salas de cinema, ainda sem uso. Interessante que após anos de obras, milhões gastos pelos cofres públicos e centenas de interessados na exploração do local, apenas um tenha se habilitado para as licitações realizadas pela Prefeitura. A AMAL, há muito tempo, propôs um uso compatibilizando o interesse dos moradores com a iniciativa privada, garantindo espaço para a memória de Laranjeiras, acompanhados por Conselho Gestor composto por representantes da sociedade. Usando um trocadilho, o ”conjunto da obra” está por merecer atenção dos vereadores da Cidade.