Laranjeiras, 04/09/06
Lentidão na obra do Palácio Guanabara chama a atenção dos moradores
por Paula Magalhães
O Palácio Guanabara, uma das construções mais belas da cidade, passa por um longo processo de reforma. Na fachada há tapumes e um alerta aos visitantes sobre as escadas de acesso, que estão em obras. A psicóloga Ângela de Pádua Schnoor mora em Laranjeiras há sete anos e alerta para a demora do trabalho no local:
– Atravesso a Rua Pinheiro Machado quase todos os dias. Os tapumes estão no prédio há mais de um ano. Percebo que a cada dia há maiores lesões e sujeiras nos balaústres das varandas e escadarias que estariam sendo conservadas – disse a moradora.
A obra foi liberada pelo IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em abril de 2005 e deveria durar 10 meses. O orçamento, financiado pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, é de R$ 694 mil. No entanto, o processo já dura mais de um ano. A Assessora de Comunicação do Estado, Glória Silvia Nunes, explicou que as reformas devem atender as exigências do IPHAN - e por isto a demora:
- Houve uma demora no processo de restauração, pois tivemos que resolver as questões de autorização e acompanhamento requeridas pelo Instituto. A reforma terminará em outubro.
O Palácio Guanabara foi construído em 1769 em estilo neoclássico e passou por sua primeira obra em 1908, tornando-se exemplar do estilo eclético.
Curiosidade
O palácio foi inaugurado em 1853 pelo português José Machado Coelho, e serviu como residência particular até 1860. O prédio já foi moradia de personagens importantes na história política do país. Na época que a Princesa Isabel morou lá a residência chegou a ter o nome Palácio Isabel. Com a Proclamação da República, a mansão foi confiscada pelo governo militar e passado ao patrimônio da União.
O local também pertenceu de residência oficial para o presidente Getúlio Vargas, durante o período do Estado Novo. O acesso ao palácio era feito então pela Rua Paissandu, que foi arborizada com uma centena de palmeiras imperiais.