Laranjeiras, 22/03/07
Um exemplo de reação
Por Erick V. da Cruz
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Há dois anos atrás Claudia Castañon, funcionária da Caixa Econômica Federal, sofreu um assalto enquanto fazia uma caminhada pela praia. Um grupo de meninos de rua a cercou e cometeu o crime em plena luz do dia. Infelizmente acontecimentos como esse formam uma triste rotina na nossa cidade maravilhosa.
O que chama atenção nesse caso é a saída que a funcionária pública achou para reagir a essa violência, muitos no lugar dela reclamam do Estado, defendem penas mais duras ou decidem que o melhor é colocar crianças atrás de grades, mas poucos realmente param para pensar o que podem fazer para melhorar a situação.
Claudia reagiu aquele assalto e criou o projeto Entrando no Samba. Através desse projeto, crianças de seis a quatorze anos tem aulas de percussão duas vezes por semana, além de receber um lanche no local.
O projeto, que funciona há apenas oito meses, atende atualmente 26 crianças das comunidades dos Guararapes e Cerro-Corá, com a intenção de chegar a 100 crianças e adolescentes.
Além de dar aulas de percussão de graça para crianças carentes, a oficina é aberta ao público em geral, que pagando apenas quinze reais por oficina, pode, a partir do dia 9 de abril, aprender com o mestre Nico, ritmista da São Clemente, a tocar instrumentos como surdo, caixa, repique, tamborim, entre outros, e ainda ajudar a manter o projeto, já que o dinheiro das oficinas serve exclusivamente a esse propósito. As aulas são as segundas e quartas das 20 às 22h na quadra dos Guararapes, na Ladeira dos Guararapes, nº 1, no Cosme Velho.
Também é possível colaborar com essa iniciativa através da ONG Moradia e Cidadania, mantida pelos funcionários da Caixa. A contribuição que é de R$ 13,90 mensais, pode ser deduzida do imposto de renda.
Outra maneira interessante de contribuir para o projeto é através da doação de instrumentos de percussão, uma das maiores necessidades do Entrando no Samba . "Com mais peças poderemos receber mais crianças e adolescentes no projeto", comenta Claudia.
Qualquer tipo de contribuição é muito bem-vinda à esse novo e promissor projeto de inclusão social. Maiores informações podem ser obtidas com a própria Claudia no e-mail
[email protected]. Esse é o tipo de atitude que pode mudar o quadro de violência, pois, muito mais do que discutir o que fazer com os jovens que já estão vivendo mergulhados no crime e no abandono, cada um de nós precisa discutir o que pode fazer para que novos jovens não cheguem nesse ponto. Se todos os assaltos produzissem reações como essa, certamente notícias sobre violência seriam cada vez menos freqüentes.