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Infestação de caramujos gigantes africanos chega até a Zona Sul

Moluscos, que já viraram praga na Zona Oeste, aparecem no Cosme Velho

Depois de infestarem a Zona Oeste do Rio e alguns bairros da Zona Norte, os caramujos gigantes africanos (Achatina fulica) chegaram à Zona Sul, justamente numa área com grande concentração de turistas. Os indesejáveis moluscos podem ser vistos grudados no muro da Estação do Corcovado e no entorno da Praça São Judas Tadeu, no Cosme Velho, como adiantou Joaquim Ferreira dos Santos na coluna Gente Boa. Moradores da Rua Efigênio de Salles, também afetada, dizem que os caramujos aparecem há cerca de dois meses e que, desde então, não param de se reproduzir.

– Eles sobem pelos postes, pelo muro do meu prédio. Já encontrei na porta da garagem, no jardim. Minha filha de 4 anos morre de medo. Acho ótimo que ela nem se aproxime, não sei se eles são vetores de alguma doença – diz a moradora Úrsula Manso.

Afastar crianças dos moluscos, como faz Úrsula, é uma boa providência. Eles são potenciais transmissores do parasita Angiostrongylus costaricensis, causador de doenças no sistema neurológico e no aparelho digestivo que podem até levar à morte. O parasita entra no corpo humano quando alguém ingere larvas presentes no muco do caramujo ou quando há contato da pele ferida com o muco. Porém, não há motivo para pânico porque não há registros de caramujos infectados com esses vermes no Brasil.

Mesmo assim, a Defesa Civil está ajudando a combater a praga e fez uma parceria com supermercados que, nas próximas semanas, vão distribuir folhetos ensinando a população a acabar com os caramujos gigantes.

– Os moradores podem nos acionar para retira-los de áreas públicas. Quando eles estão em área particular, ensinamos a cata-los e a incinera-los – diz o coronel João Carlos Mariano, coordenador da Defesa Civil.

Segundo o coronel Mariano, moradores de locais afetados podem pedir ajuda pelo telefone 2576-5665. Quem quiser folhetos explicativos sobre como acabar com a praga pode solicitá-los pelo telefone 2576-7297. O diretor do Trem do Corcovado, Sávio Neves, disse que os caramujos ficam do lado de fora da estação e que a quantidade ainda não incomoda.