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Dois bandidos com uma pistola de brinquedo assaltaram na manhã de ontem uma padaria na Rua General Glicério, em Laranjeiras, e foram surpreendidos por policiais militares que iam tomar café. Na fuga, um deles foi baleado na perna e o outro invadiu uma escola municipal, onde roubou um uniforme da Comlurb. O disfarce, porém, não deu certo: ao sair da escola ele foi reconhecido pelos policiais e também acabou preso. Dois carros que estavam estacionados na rua ficaram com marcas de tiros.
O assalto aconteceu por volta das 7h30m. Numa moto, Armando Castilho de Albuquerque Neto, de 23 anos, que tinha passagem pela polícia por assalto a banco, e Alan Antonio Bonfim, de 27, pararam em frente à padaria Rainha das Laranjeiras, na Rua General Glicério 407, e ficaram por alguns minutos observando o movimento. O dono do estabelecimento, o português Antônio, que pediu para ter o sobrenome omitido, chegou a desconfiar dos dois.
- Eles ficaram uns sete minutos parados em frente e depois saíram. Mas pouco depois voltaram e um deles colocou a pistola na minha cabeça e me mandou abaixar. Ele me deu uma coronhada e disse que eu ia morrer - contou.
Os ladrões queriam o dinheiro do fim de semana, mas Antônio entregou apenas o que tinha do movimento do dia, cerca de R$ 300. Nesse momento uma patrulha do 2 BPM (Botafogo), que faz a ronda em Laranjeiras e no Cosme Velho, parou em frente à padaria.
- Eu ouvi o barulho do cano de descarga do carro dos policiais, que costumam tomar café na minha padaria sempre, mas não pude fazer nada. Os bandidos então esconderam a arma e saíram como se fossem fregueses - disse o proprietário.
Antônio fez sinal para os PMs de que a padaria tinha sido assaltada. Os PMs deram ordem para que Armando e Alan, que caminhavam em direção à Rua das Laranjeiras, parassem. Dois tiros chegaram a ser disparados para o alto, mas eles correram. Para tentar cercar os fugitivos, um policial contornou o quarteirão com a patrulha, enquanto o outro iniciou a perseguição a pé. Segundo contou um PM na delegacia, um dos bandidos sacou a arma de brinquedo, o que o levou a atirar.
Tiros atingem dois carros estacionados
Alan foi atingido na perna e preso a poucos metros da padaria. Ele foi levado para o Miguel Couto. Um tiro acertou o carro de um morador do edifício em frente, que estava estacionado próximo da esquina da Rua General Cristóvão Barcelos. O Monza de Dalva Timóteo, que vende lanches na mesma esquina, também foi atingido por dois disparos. Uma bala perfurou o vidro do motorista e se alojou no painel e a outra perfurou o pára-brisa.
Armando aproveitou o tumulto para entrar na Escola Albert Schweitzer, da rede municipal de ensino, que fica a cerca de 50 metros da padaria, no meio de pais e alunos que buscavam abrigo. Ele abordou o gari André Luiz Santos, de 30 anos, que cuida da limpeza da unidade, e mandou que ele pegasse um uniforme da Comlurb.
A manobra não deu certo. Tão logo deixou a escola, Armando foi reconhecido e preso pelos policiais, que também acharam a arma de plástico abandonada num canteiro. O caso foi registrado na central de flagrantes da 10 DP (Botafogo). O delegado substituto, Felipe Ettore, defendeu a atuação dos PMs:
- Eles agiram corretamente. Vendo-se ameaçado por uma arma que ele não sabia ser de brinquedo, o policial atirou na direção dos membros inferiores do criminoso.
O tiroteio deixou assustados moradores da rua. A aposentada Maria, de 70 anos, que não quis informar o sobrenome, disse que acordou sobressaltada com o barulho:
- Foram oito tiros.
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