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Memorial da Pediatria exibi relíquias e documentos sobre a evolução da pediatria no Brasil

Rose Oliveira

O Memorial da Pediatria Brasileira é um espaço dedicado à evolução da pediatria no Brasil, composto por Biblioteca, Centro de Documentação e Pesquisa, e pelo Museu da Pediatria Brasileira, que possui grande valor histórico, cultural e social. Através de quadros explicativos, livros históricos, relíquias utilizadas pelos médicos da época e réplicas, o Museu mostra a história da pediatria e dos personagens que fizeram a “ciência das crianças” ser reconhecida em nosso país.

Em 1912, o primeiro presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria, Fernando Figueira, fundou o Memorial como uma associação científica dedicada ao estudo dos problemas e patologias infantis. O Museu é um dos espaços mais importantes do Memorial, pois mostra em detalhes o surgimento da pediatria no país.

No local, há uma linha do tempo com as datas mais marcantes da medicina e da pediatria no Brasil e no Mundo. Quadros contam como era o tratamento dispensado às crianças das diferentes etnias que existem no Brasil (indígena, negra e branca) durante o período colonial. Segundo a museóloga Tatiana Castellani, uma curiosidade da época era que a criança branca era a mais maltratada de todas: “a mãe cumpria as atividades sociais com o pai e não tinha tempo para cuidar da criança, as deixando sobre o cuidado de amas”.

A historia da pediatria no Brasil é contada no museu através de réplicas de livros, documentos, e da vida de seus personagens, como a do médico Carlos Moncorvo de Figueiredo, conhecido como “Pai da pediatria”, que em 1881, fundou em sua própria residência, no Rio de Janeiro, a primeira Policlínica Infantil do Brasil. No mesmo endereço, em 1881, passou a funcionar o primeiro curso de pediatria.

De acordo com a museóloga, uma das réplicas que mais atrai os visitantes é a Roda dos Expostos, um móvel parecido com um armário, com uma gaveta onde eram colocados bebês abandonados. Esses “armários” ficavam nas Santas Casas, e tinham o objetivo de recolher doações. “Com o crescimento urbano e suas problemáticas, muitos pais não podiam ou queriam cuidar de seus filhos, e por isso, os deixavam na Roda dos Expostos para que as Santas Casas cuidassem” - explica a museóloga. Outra réplica interessante é a cadeira para retirada de amígdala e o aparelho de anestesia à éter, utilizado para deixar a criança sonolenta, enquanto o médico realizava o procedimento.

As principais campanhas de saúde ocorridas no Brasil são exibidas no Museu, como a campanha do pézinho que tornou obrigatória a realização do exame antes dos recém-nascidos deixarem o hospital. Também tem a campanha do parto humanizado, cujo objetivo foi conscientizar mães a fazerem o parto normal como a forma mais saudável para elas e seus bebês. O soro caseiro e sua importância também ganham destaque ao mostrar que a desnutrição infantil pode ser controlada com o advento do soro, feito com duas pitadas de açúcar e uma de sal num copo com água. Outra campanha interessante é a Campanha Nacional de Acidentes e Violência, que distribuiu cartilhas explicativas dos riscos que sofrem as crianças em cada idade.

O Museu da Pediatria Brasileira fica na Rua Cosme Velho, 381. Telefone: 2245-3110. O horário de funcionamento é das 9h às 16h. A Sociedade Brasileira de Pediatria está localizada na Rua Santa Clara, 292. Informações no telefone: 2548-1999 ou 2547-3567, ou através do site www.sbp.com.br

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