08/07/2011
Por um Largo do Machado seguro
Iniciativas apontam para resgate da região, que necessita de maior presença do poder público
Por Flávia Ribeiro
A presença de moradores de rua é motivo de preocupação constante de quem vive ou costuma circular pelo Largo do Machado. Preocupação que se transforma em temor diante de uma triste realidade: a expansão do número de usuários de crack na região, principalmente crianças e adolescentes. Somente na madrugada de quarta-feira (6 de julho), uma operação conjunta da Secretaria Municipal de Assistência Social com as polícias Civil e Militar retirou das ruas do Largo do Machado, Catete e Glória 73 pessoas - 59 adultos e 14 menores.
A Rua do Catete e suas transversais foram os principais pontos de concentração de moradores de rua. Durante a ação - a 17ª operação de recolhimento este ano e a terceira na Zona Sul -, os agentes se surpreenderam ao encontrar um homem dormindo embaixo da cabine da PM do Largo do Machado. De acordo com a Secretaria Municipal de Assistência Social, a maioria das denúncias envolvendo o crack na região indica a praça e seu entorno como os locais onde os usuários da droga costumam ser vistos com mais frequência.
"Um problema é que, no dia a dia, a Guarda Municipal aparece de manhã, mas lá pelo meio-dia some e a população de rua toda aparece no Largo do Machado. Aqui chegam os chamados 'aviões' trazendo drogas, que são usadas até na frente da igreja. Nunca vi crack, mas o pessoal comenta. Os menores de rua não têm atacado, são apenas pedintes. Mas, quando chegam em bando, assustam", diz o diretor da Associação de Amigos do Largo do Machado e Adjacências (AALMA), Everaldo Pinto Jr., que conclui: "Não adianta só tirar os meninos às vezes. Tem que haver maior presença do poder público".
A ideia é resgatar a importância do bairro. Para isso, a atenção à segurança tem papel fundamental. Além das operações para retirar moradores de rua, outra iniciativa para neste sentido foi a inauguração, no dia 29 de junho, da Companhia Destacada do 2º BPM (Botafogo) no Morro Azul, no Flamengo. Com efetivo de 90 policiais e seis viaturas, a unidade é responsável pelo patrulhamento nos bairros do Flamengo, Laranjeiras, Cosme Velho, Largo do Machado, Catete e Glória. O restante da tropa - que continuará na sede do batalhão - cuidará dos bairros de Botafogo, Humaitá e Urca, além dos serviços internos da unidade.
"Com a companhia destacada, podemos não só melhorar o policiamento ostensivo da região como trazer a presença do comando para junto da comunidade. Um oficial vai permanecer ali todos os dias para uma aproximação maior com os moradores do entorno", afirmou o comandante do 2º BPM, coronel Antônio Henrique da Silva Oliveira.