/Notícias do Bairro |
Roberto Medronho, epidemiologista do Núcleo de Saúde Coletiva da UFRJ, vê cinco possibilidades para explicar esse "paradoxo".
- As unidades de saúde de Botafogo podem notificar melhor do que as de Laranjeiras; a população de Botafogo pode precisar mais dos serviços públicos do que os privados, que quase não notificam os casos; se as equipes de agentes de saúde forem diferentes, o pessoal de controle do vetor de Laranjeiras pode ser mais eficiente do que o de Botafogo; o armazenamento ou processamento dos dados pode ser deficiente; ou podemos ter uma comunidade pertencente aos dois bairros com um índice elevado e a maior parte dela pertencer a Laranjeiras, "puxando" a média do bairro para cima.
Segundo o professor, a quantidade de mosquitos só não representa um risco de epidemia neste verão porque a população está imunizada contra o vírus tipo 3 da doença, responsável pela última epidemia:
- O quadro na Zona Sul caracteriza uma endemia da doença. Ou seja, o vírus está circulando na população. Mas, provavelmente, não deve ocorrer epidemia neste verão. Mesmo que não tenham feito um controle adequado do transmissor, existe hoje na cidade uma grande parcela da população imunizada naturalmente pelo fato de já ter sido infectada pelos sorotipos 1, 2 e/ou 3. O risco é a entrada do sorotipo 4, que circula na Venezuela - explica.
Em junho, quando eram somente 15 casos em Botafogo, a prefeitura deslocou 60 agentes de saúde da Tijuca e do Centro para o bairro. Além disso, fez uma operação no Morro Dona Marta e promoveu uma campanha nas escolas. Apesar do aumento de 40% no número de registros em Botafogo, não estão previstas novas ações no bairro nem em Laranjeiras.
- Não há qualquer sinal que mereça direcionar nossas equipes para um determinado lugar. Naquele momento, havia - justifica Mauro Blanco.
Variedades |