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O GLOBO - 12/07/2006

Casarão invadido no Largo do Boticário passa por vistoria

RIO - Técnicos do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) fizeram nessa terça-feira uma vistoria no casarão rosa do Largo do Boticário, no Cosme Velho, invadido por 19 famílias na quinta-feira da semana passada. Segundo Marcos Monteiro, diretor do Inepac, foi feito um levantamento preliminar dos objetos e também do estado de conservação do casarão, tombado pelo órgão em novembro de 1987.

O documento poderá dar origem a uma ação contra a proprietária, por abandono de um bem tombado. Quanto aos invasores, podem responder a uma ação se danificarem a propriedade.

A avaliação do estado de conservação do imóvel esbarra num problema, segundo Roberto da Luz, arquiteto do Inepac: não há qualquer inventário da propriedade. As características arquitetônicas do casarão também são indefinidas. Reformada com material de demolição da abertura da Avenida Presidente Vargas, a casa tem variados tipos de azulejos, telhas, janelas e portas.

A dona do casarão ainda não entrou na Justiça com o pedido de reintegração de posse, segundo o advogado Bruno Siciliano, que representa Sybil Bittencourt, de 80 anos, única herdeira de quatro imóveis. O advogado disse que ainda está preparando o documento. Por enquanto, na Justiça existe apenas a ação impetrada pelos invasores, que entraram com um pedido de manutenção de posse na 9 Vara Cível.

A vereadora Leila do Flamengo (PFL) vai recorrer ao Ministério Público estadual para conseguir a desocupação imediata do casarão.

Os invasores se identificaram como integrantes do Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MLT). Nessa terça-feira, no entanto, a direção do MLT distribuiu nota explicando que nada tem a ver com a invasão do casarão do Cosme Velho e que a ocupação não chegou sequer a ser discutida em reuniões.

Enquanto isso, a rotina dos invasores continua na mansão de 15 suítes. Nessa terça, durante o dia poucas pessoas estavam no casarão. Segundo os chefes da ocupação, a maioria tinha saído para trabalhar e só retornaria à noite.

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