Jornal VIA/Laranjeiras - Janeiro de 2010
Antiga vila do Largo do Machado vira complexo de entretenimento e cultura
Tatiana Resende
A antiga vila de casas localizada no Largo do Machado, na Rua Gago Coutinho, conseguiu ser salva da gana da construção civil e cedeu lugar à realização do sonho de um arquiteto. Carlos Rangel comprou 80% da vila e já reformou grande parte para transformá-la em um grande centro de cultura e entretenimento.
No projeto do arquiteto, estão presentes três salas de cinema, teatro, salas de audiovisual, 18 casas "estúdios residências" para abrigar os artistas que se apresentarão nos espaços culturais, além de uma grande praça de alimentação ao ar livre. O "Centro Cultural Casas de Ofício" terá uma área total de 1.865,89m² e terá espaços destinados a todas as sete artes: Arquitetura, Teatro, Dança, Música, Poesia, Cinema e Artes Plásticas.
O desenrolar do projeto, que surgiu em 1998, fez com que fosse descoberta a rica história da vila, por muitos esquecida. Construída na década de 30, a casa principal funcionava como um armazém de secos e molhados, que, com o tempo, começou a oferecer pequenos quartos, com cozinha e tanques comuns, para hospedar, em sua maioria, caixeiros-viajantes. Aos poucos, a moradia provisória passou a ser permanente e os pequenos quartos ganharam banheiro e cozinha. Tanto que, atualmente, ainda residem na vila oito famílias.
Para incentivar possíveis investidores, o projeto conta com o apoio da Lei Rouanet, que garante um investimento de 5,3 milhões de reais que poderão ser deduzidos dos impostos das empresas patrocinadoras.
O desenvolvimento das obras prevê duas etapas. Na primeira, está a construção do imóvel segundo as necessidades estruturais do centro. Na segunda, a instalação do Espaço Cultural, que segundo Carlos, deverá ser auto-sustentável, tendo sua arrecadação em serviços como teatro, cinema e restaurantes.
As obras, que tiveram início em 2004, já alcançaram um ponto bastante favorável. Muitas casas já estão prontas e com destino certo. Artistas plásticos, escultores, pintores, produtores culturais, entre outros, já se preparam para, em janeiro, começar a ocupar os imóveis.