GLOBO - Zona Sul -
Rio, 23 de março de 2006
Pedras no caminho do trânsito
Tráfego no Rebouças e na Lagoa-Barra é agravado todos os dias por danos mecânicos nos veículos
Por William Helal Filho
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O tal horário do rush seria mais fácil de encarar sem os imprevistos. Carros enguiçados ou pequenas colisões são parte da rotina do Túnel Rebouças e da Auto Estrada Lagoa-Barra, vias cruciais que ligam a Zona Sul a regiões vizinhas. Ano passado a prefeitura fez 11.352 atendimentos somente no Rebouças. Recorde entre as vias expressas monitoradas pelo município.
- Um carro enguiçado é retirado em dez minutos. O efeito no tráfego também desaparece rápido. O problema é que isso acontece com muita freqüência e aí o trânsito fica complicado. E quanto mais engarrafado, mais carros enguiçam - explica o diretor da 1 Divisão de Vias Especiais, Ruy Moreira Ribeiro Filho.
Na Avenida Brasil, foram 10.272 atendimentos em 2005. A Lagoa-Barra aparece em terceiro lugar com 8.124, seguida do Túnel Santa Bárbara, onde a prefeitura agiu em 5.005 ocasiões.
- A área do Rebouças abrange também o Viaduto Paulo de Frontin. É uma via quase toda confinada (sem saídas laterais). E o movimento, de 180 mil veículos diários, é bem superior ao da Lagoa-Barra, por exemplo (cem mil) - diz Ruy.
Carros e motos enguiçados são responsáveis pela maioria dos atendimentos nas duas vias. No Rebouças, problemas mecânicos motivaram 8.509 operações de socorro em 2005. Estes percalços acontecem mais na galeria que leva da Lagoa ao Cosme Velho (trecho de subida). Em segundo lugar, vêm os acidentes, com 1.422 ocorrências, à frente dos casos de pneu furado (1.274).
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Uma galeria concentra atendimentos
O Túnel Rebouças é dividido em quatro galerias. Os trechos mais próximos da Zona Sul são chamados de L1 (sentido Cosme Velho) e L2 (sentido Lagoa). Os outros dois são R1 (sentido Rio Comprido) e R2 (sentido Cosme Velho). Segundo a prefeitura, a galeria L1 é a mais crítica. Ano passado, foram 363 atendimentos nesse trecho (num distante segundo lugar, vem a R2, com 42 casos). Isso acontece porque trata-se de um plano inclinado. Os carros sobem muitas vezes vagarosamente, usando as marchas pesadas, devido ao congestionamento, e assim os problemas mecânicos tornam-se comuns.