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O Globo - Primeiro Caderno - Rio, 30 de janeiro de 2007

Defesa Civil condena casa invadida

Vistoria constata que telhado pode desabar;
MP pedirá retirada de famílias

Fernanda Pontes


O Ministério Público vai pedir a retirada imediata das cerca de 50 pessoas que invadiram, em julho passado, o casarão rosa do Largo do Boticário, no Cosme Velho. Em vistoria realizada ontem, a Defesa Civil constatou que o telhado da mansão pode desabar a qualquer momento, pondo em risco as famílias. Tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), a casa apresenta problemas nas escadas e na parte elétrica. Inconformado com o estado de conservação do imóvel histórico, o secretário de Cultura, Luiz Paulo Conde, vai pedir a desapropriação da casa para restaura-la. A promotora Denise Tarim destacou que na casa invadida estão vivendo seis crianças.

Atualmente corre na Justiça uma ação de reintegração de posse da proprietária da mansão, Sybil Bittencourt. A promotora vai pedir mais agilidade no processo judicial e não descarta a possibilidade de o MP entrar com uma ação independente.

Para o diretor-geral do Inepac, Marcus Monteiro, o desabamento do telhado poderá resultar na destruição do imóvel, tombado em 1987. Na vistoria também foram identificadas falhas na tubulação de gás. Segundo ele, até as fundações podem estar comprometidas.

Recentemente, o Inepac recebeu uma denúncia de que os sem-teto estariam cobrando o ingresso de turistas para visitação da casa história.

Com um jardim de mil metros quadrados, 15 suítes, dois salões, uma fonte natural e uma capela, a casa foi construída em 1937 e reformada pelo arquiteto Lúcio Costa, em 1946, com material de demolição das obras de abertura da Avenida Presidente Vargas.

Localizada a poucos metros do Rio Carioca, ela abrigou o evento de decoração Casa Cor em 2003.

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