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e Cosme Velho
O Globo - Primeiro Caderno - Rio, 31 de janeiro de 2007
Largo do Boticário, patrimônio do Rio, sofre com falta de conservação
Jaqueline Costa
Além da invasão de um dos casarões que fazem parte do conjunto arquitetônico do fim do século XIX, a antes aprazível paisagem do Largo do Boticário, no Cosme Velho, sofre agora com o descaso da prefeitura.
Os postes antigos ostentam luminárias quebradas, há lixo espalhado pelo chão e o limo cobre os azulejos portugueses dos bancos que ficam na ponte sobre o Rio Carioca, que passa pelo local. As águas, onde índios tamoios já se banharam em busca de virilidade, exalam mau cheiro e estão cobertas por sacos plásticos e outros tipos de entulhos.
É grande o número de mosquitos. No canto esquerdo, um carro Fiat parece abandonado e ter virado depósito para mercadorias de camelôs. Plantas crescem nas paredes de três das cinco casas que têm fachadas para o largo, incluindo, é claro, a invadida desde julho de 2006.
Placa turística suja e enferrujada
Por conta da proximidade com o acesso ao Cristo Redentor, o largo recebe diariamente um grande número de turistas nacionais e estrangeiros. Nem assim a placa com informações turísticas e que conta a história do local está em boas condições. Suja e enferrujada, ela foi lida ontem pelo casal francês Sitruce Leslie e Zerbib David. Mesmo assim, eles ficaram encantados com o lugar.
- Viemos por ter sido indicado no nosso guia sobre a cidade. É muito bonito, apesar de não estar bem cuidado - disse Sitruce Leslie
O secretário municipal de Turismo, Rubem Medina, admitiu os problemas do lugar e disse que vai propor uma ação conjunta com diversas secretarias municipais para resolver os problemas do cartão-postal, que foi declarado pela prefeitura, em 1986, Área de Proteção do Ambiente Cultural do Cosme Velho. O largo é tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio (Inepac).
- Realmente. O Largo do Boticário necessita de um choque de ordem, que será realizado o mais rapidamente possível. É um lugar da maior importância.
Sobre a placa, o governo federal repassou R$ 2 milhões à prefeitura para serem investidos em sinalização turística por conta da proximidade do Pan. Acredito que, até março, ela seja trocada, como outras da cidades - afirmou o secretário.
Já a Comlurb alegou que a varredura e a coleta são realizadas três vezes por semana e que os invasores dificultam a manutenção da limpeza.
Na opinião do arquiteto Alfredo Britto, responsável pela minuciosa restauração do Arquivo Nacional, a saída para salvar o patrimônio público da degradação é um esforço conjunto entre proprietários e governo: - Governos de países menos desenvolvidos, como o Peru e Equador, têm programas mais eficientes para cuidar de imóveis históricos. Aqui, ou o proprietário faz ou, então, cai.
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Fotos de Marco Antônio Teixeira
A placa que conta a história do Largo do Boticário e traz informações turísticas está suja e enferrujada
Carro abandonado: possível deposito mercadorias de camelôs.