Produção e distribuição de valores

Parte 2- A distribuição dos bens

Distribuir alimentos? Poder? Saúde?, seria fácil para as instituições políticas e econômicas, uma questão ética...

...quem tem o poder sempre abusa dele...

 A produção e distribuição dos alimentos, talvez seja um bom exemplo dos bens em que pode haver propriedade privada, mas que podem (pelo menos em teoria), ser suficientemente distribuídos a todos.
Observamos que sua produção e distribuição estão mais afetos a considerações de âmbito ético que de moralidade.
Se as instituições políticas e econômicas fossem melhores do que são, seria fácil, para tais instituições proporcionar alimentos o bastante para todos, então sua distribuição deixaria de ser uma questão da esfera ética, a necessidade de ação moral iria diminuindo à medida em que o sistema social melhorasse, e a distribuição tenderia a acontecer observando-se os costumes bem estabelecidos.

O poder, talvez seja um bom exemplo de bens que são particulares, mas que por seu caráter lógico, não são desfrutáveis por todos.
Observamos que quase todos, que não estejam em seu estado máximo de preguiça, se sentem descontentes com sua parcela de poder e almejam uma parcela maior que lhes é devida.
A história nos tem mostrado que o amor ao poder , ser o tirano , esta presente em inúmeras guerras, revoluções.Observamos também, que de uns poucos séculos passados , tem havido um rápido declínio do poder arbitrário, reis, presidentes, maridos, pais, etc...têm sido sucessivamente destituídos do poder, no intuito de igualar essa distribuição do poder ao máximo possível, com base em um conceito de justiça, justificado por "quem tem o poder sempre abusa dele".
A atuação da ação moral , cuja eficácia é bem limitada, para diminuir os males devido ao poder excessivo pode ser percebido em:
Facilitar a resistência por parte de suas vítimas, método utilizado pela democracia.
Ação educadora, de modo a levar o amor ao poder para canais úteis e não nocivos. Nem sempre é possível suprimir os danos causados, mas pode ser facilmente direcionado para que se torne benéfico de um modo geral. Como exemplo, embora nem sempre ocorra, é o caso da busca pelo poder sobre a natureza e do conhecimento de suas leis naturais, e o caso quando se trata do poder sobre as mentes das pessoas criativas.
Os objetos do grupo 3, aqueles em que a posse por uma pessoa não interfere necessariamente, na de outra.
Um grupo, muito amplo, onde se encontram desde a alegria de viver até o mais refinados deleites mentais na criação e gozo de obras de um artista, é um exemplo de bens em que a posse por uma pessoa não interfere necessariamente, na de outra.
Aparentemente não há problemas na distribuição desse bem, mas há, e quando isso acontece é devido a defeitos no sistema social. Vejamos como exemplo a saúde, deveria ser universal, mas observamos que locais onde o trabalho é excessivo e os remédios são caros, a saúde passa a ser um privilégio dos abastados.
Observamos que essas coisas boas, e que dependem de educação são, atualmente privilégios de uma minoria, e que podem ser vistas mais como questões políticas que éticas.

Continua ...