22/05/09
A necessidade da atualização constante do Estado
Um dos problemas mais importantes do Estado contemporâneo é o de como conciliar as constantes variações das necessidades da sociedade, em seu dinamismo e velocidade, que a própria sociedade sugere em suas
mutações, com a idéia de
ordem (no sentido de
situação estabelecida).
Cabe ao Estado promover e assegurar as mudanças na sociedade, sua dinâmica social, mesmo envolto em um sistema de constantes tensões, mas não se afastando de uma
ordem, de tal forma a permitir que novas criações, novas realizações aconteçam, que elas não sejam anuladas ou que venham a comprometer os resultados já obtidos anteriormente.
Ao longo da história, observamos que ao adotar uma concepção formalista e estática de
ordem (ditadura constitucional), o Estado se transforma em um embaraço à mudanças sociais, torna-se um Estado inadequado, não condizente com a dinâmica da realidade da sociedade.
Nesta concepção, a
ordem, entendida em sua simples forma,
deve ser mantida a todo custo, e todas as forças são dispostas para impedir que as novas necessidades, novas exigências da realidade social possam vir a ser adotadas como "novas formas" de
ordem.
Utilizando o próprio anacronismo para justificar suas ações, o Estado vê qualquer inovação como uma ameaça de destruição dos valores já estabelecidos, é a "ditadura dos valores tradicionais".
Mantendo, preservando uma
ordem inadequada, o Estado fundamenta uma postura que impede que se atinja o ideal de atualização que a sociedade necessita, ou seja
um Estado adequado às necessidades da realidade da sociedade.
Somente mantendo uma compreensão de que o Estado, que se acha constantemente submetido a um processo dialético, oriundo das tensões dinâmicas e naturais de uma realidade social, será possível mantê-lo permanentemente adequado ao momento da sociedade, e encontrar o equilíbrio entre
ordem e
transformações sociais.
Somente aceitando os conflitos, provenientes de opiniões e de interesses como fatos normais e positivos, partes da realidade social e importante componente do processo dialético, é que se pode almejar uma
ordem capaz de promover e assegurar um
Estado adequado.
Infelizmente o resultado da busca desse equilíbrio tem se mostrado desastroso tanto para a justiça social quanto para a liberdade do indivíduo.
E quem não tem braço?
Por Joaquim Santos
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