31/07/09
Rota de aviões sobre bairros residenciais - uma questão ecológica social
Como todos os outros animais, temos o direito de viver em nosso habitat preservado...
Aviões que pousam e decolam do aeroporto Santos Dumont invadem o céu de nosso bairro, e bairros vizinhos como Glória, Catete, Santa Teresa e Botafogo; causando transtornos como barulho e colocando em risco nossas vidas.
Estatisticamente se passar um só avião por dia, a probabilidade de acidente com queda da aeronave sobre o bairro é pequena, porém existe.
Quando a cada 10 minutos passar um avião, como vem acontecendo, esta probabilidade aumenta de modo assustador, pois segundo divulgação diária nos rádios, são aproximadamente 80 vôos por dia.
É bom viver em um mundo onde podemos usufruir de todos, ou pelo menos de alguns, benefícios que a tecnologia, momento econômico, etc... podem nos propiciar, principalmente quando eles se fazem sentir sob a forma de melhor conforto, redução do tempo do direito de ir e vir, etc..
Mas esses serviços não devem ser vistos só pelo ponto de vista dos imediatos beneficiados, no caso, os passageiros e as empresas aéreas.
É importante que estes serviços sejam vistos também sob o ponto de vista dentro de um contexto maior, que inclui os que não os utiliza e o meio ambiente, para que o "bom serviço" para uns não se torne o "desserviço" para outros.
Como todos os outros animais, temos o direito de viver em nosso habitat preservado, preservado da degradação que infelizmente produzimos, das quais somos os principais causadores e um dos maiores prejudicados.
Degradação provocada por um modelo de sociedade focado na idolatria do consumo/lucro exacerbados, onde o homem a sociedade e o meio ambiente são out-door para vender sonhos de um futuro que tem grife e data de validade definidas e estampadas em suas esperanças.
Como animais, somos a única espécie que produz a destruição de seu habitat, se não somos a única, somos a que o faz com maior eficácia e eficiência.
Como animais e humanos, talvez nos reste alguma esperança, pois como humanos estamos dando demonstrações freqüentes de "estarmos nos tornando insensíveis" aos atos que produzimos, não nos importando com as suas conseqüências, suas implicações em um futuro que pelas incertezas da vida, talvez não estejamos presentes para ver, mas que certamente outras gerações haverão de receber como herança para viver.
Por Joaquim Santos
[email protected]