03/04/09
POLÊMICAS IV - ANALFABETISMO
LETRAS, LIVROS e MOCHILAS
Temos travado contato com notícias que evidenciam a situação constrangedora de algumas das nossas crianças. Manipuladas e adoçadas com a falsa premissa de que estão sendo conduzidas pelo melhor caminho, se prestam a engrossar estatísticas servis a propósitos anti-éticos.
Acreditam que estarão bem preparadas quando obtiverem o diploma, mas se perceberão iludidas pelos que lhes acenaram com a Aprovação Automática.
Algumas estarão na escola apenas para assinar a presença e se fartar com a merenda.
Algumas sequer saberão apontar os espaços onde desenvolverão suas atividades.
Algumas nunca lerão um livro.
Poucas terão uma história para contar.
Mas há algo pior do que este processo que gera o analfabetismo das letras se agrupam.
É o analfabetismo político, engendrado desde muito tenra idade, incrementado por entidades e empresas de elevada base capitalista, principalmente por nossos mais recentes gestores, a quem não interessa questionamentos.
Serão silenciadas com benefícios sociais e sistemas de cotas, no bundalelê festivo com que nos adoçam e iludem há décadas.
Mas há quem queira modificar, realmente, estas "mau traçadas" linhas, com exemplos dignos, sem discursos politicamente arrogantes, sem populismo.
O efeito destas ações só podem ser mensurados pelo acompanhamento e aproximação com o público-alvo: as crianças. Temos o dever de lhes oferecer um mínimo de justiça e de igualdade para que formem um conjunto de sucesso.
Precisamos avaliá-los a partir de coisas simples, que sejam comuns a todos (os aficcionados pelo marketing fazem isso com o lixo).
Coisas aparentemente bobas, mas que podem revelar muito sobre: de onde vêm, o que pensam, quem são seus ídolos e seus exemplos, suas angústias, suas paixões, suas visões de futuro. Coisas que todos tem.
Sugiro então que comecemos por algo como:
"O que voce nos traz hoje, dentro da sua mochila?",ou
"O que voce nos oferece?",ou
"Oque podemos trocar?"