05/03/2008 -
COTIDIANO V
Coisa de Cinema (e de TV)
A polêmica sobre a decisão de um campeonato de futebol se arrasta há dias.
Na esteira das trocas de acusações, publicamente veiculadas e inteligentemente aproveitadas pelos fabricantes de notícias dissimulantes e rentáveis, surgem agora os tiros para o alto.
Nesta imensa avenida das Américas, temos nossos próprios “Tiros em Columbine”.
Nosso “Farenheit 911” é feito com bujões de gás.
Aproveito o momento para rever, sem nostalgia, minhas concepções sobre idolatria
e heroísmo. .
Lembro do Zorro e do Nacional Kid, que nada escondiam sob a capa que usavam.
Enquanto isto, sob o “manto sagrado” , turcamente saudoso....
Não há novas definições, a língua portuguesa não recriou, e o Aurélio não se enganou.
O que vemos hoje são os efeitos de um trabalhismo mau conduzido.
Nossos ídolos e heróis “trabalham” hoje com carteira (e contratos) assinados e, como todos sabemos, este sistema foi criado e desenvolvido para que o conjunto trabalhador / personalidade jurídica constituída (patrões e empregados, assim como senhores e escravos), possa tirar o maior proveito, nem sempre lícito, dos recursos oferecidos pela Sociedade.
O campo de grama e o “tapetão” não são as únicas telas onde nossa dignidade de torcedores e cidadãos se esvaem. Certamente são reflexos do que acontece em arenas nacionais e internacionais bem maiores que, por mais incrível que possa parecer, insistem em reprisar espetáculos anacrônicos e destituídos de compromisso com a boa cultura, a boa política e o bom entretenimento.
Precisamos de novos líderes, novos ídolos, novos e verdadeiros heróis.
De não oferecer notoriedade apenas a quem faz barulho, a quem mostra a bunda, ou a quem desafia o juiz.
Se é para não evoluir,
prefiro retroceder.
Me devolvam D.Pedro I,
tragam o Zico de volta,
e reprisem o Capitão Asa (depois do Telejornal das oito, e antes do Capitão Furacão).