05/04/2006
ATITUDES DE PREVENÇÃO - III
Por Sérgio Castiglione
Hoje a pediatria brasileira deveria decretar luto oficial e, em seguida, rir, rir muito, gargalhar, de rolar no chão. Pura homenagem.
Desde que comecei a série sobre a medicina preventiva adotei o hábito de escrever em itálico as posições pessoais, as tentativas de ser cronista ou poeta, tudo que não seja ligado cientificamente ao texto.
Iniciando com duas abordagens sobre pré-nupcial ou "pré-concepcional" segue-se o momento de falar dos cuidados de pré-natal, de tudo aquilo que devemos fazer quando recebemos a notícia que somos geradores de um novo bebê.
E qual deve ser a primeira atitude quando esta notícia chega? Uma longa e sonora gargalhada. A ciência já provou, o que será confirmado cada vez mais, inclusive pela saúde daquele que vai chegar, o poder positivo que a alegria e o riso tem sobre o nosso organismo.
A segunda atitude? Programar, desde então, a primeira ida ao circo. Mesmo que seja antes dos três meses de idade, eu garanto que o bebê irá sorrir.
Querido Carequinha, na sua última cambalhota Deus o agarrou pelos suspensórios, mas dos seus bolsos furados, da sua flor na lapela, dos seus sapatos abertos, da sua calça descosturada, cairam em arco-íris os sorrisos e a alegria que permanecerão entre nós.
Humilde seguidor e eterno aprendiz da arte de fazer uma criança sorrir, adoto desde muito sua figura como patrono dos meus
atos médicos, e sugiro hoje que você seja designado membro honorário, ou melhor, presidente de honra, dos "Doutores da Alegria".
Tenho certeza que você olhará lá de cima para todo esse povo que aqui ficou debaixo da sua lona, e em especial, para os "Falcões" cujo único vôo desejado era o do trapezista.
Àqueles, como o pessoal do "Se essa rua fosse minha", a todos que trabalham com o circo social, e particularmente a um amigo que nos últimos tempos vem fazendo desajeitadas imitações das suas entradas no picadeiro, a esperança de que se multipliquem por mil estas ações de incalculável significado e sensibilidade.
À você, espelho eterno de todos os palhaços do mundo, o meu mais largo e profundo sorriso.
"...uma pirueta, duas piruetas,
bravo,
bravô".