08/03/2006
Stress II -
Hormônios e Órgãos de Sentido
Por Sérgio Castiglione
Faz algum tempo, escrevi para meu filho-enteado, que de Londres me pedia para lhe enviar LPs do Chico. -"A minha geração não tem a música dele gravada na memória, ela tem a alma do Chico incorporada na genética".
Nesta história de genética e interação com o meio ambiente nos surpreendemos cada vez mais com a constatação do poder que os órgãos de sentido tem na nossa formação. É através deles que a gente "sente a vida", aprende e incorpora inclusive geneticamente as experiências vividas.
Mas quais são estes órgãos e como funcionam?
Sempre mencionamos os cinco "órgãos de sentido": tato, olfato, paladar, visão e audição. Ignoramos aqueles ligados à afetividade, como sentimentos de prazer ou rejeição, alegria ou nostalgia, ciúme, mágoa, compaixão, conforto, fé. E esquecemos também daqueles sensores que nos sinalizam quando entramos em desequilíbrio com o meio ambiente, em sensações de mal estar, reagindo à variações de pressão atmosférica, umidade, temperatura ou mesmo à presença de substâncias no ar ou nos alimentos, ou também quando nos deparamos com situações que nos trazem angústia ou medo. E o que dizer sobre o que sentimos durante e depois dos sonhos?
Este amplo conjunto acima sofre alternâncias constantes em milionésimos de segundo e está sempre buscando seus pontos de equilíbrio, através da ação de diversos hormônios.
Stress é tudo aquilo que acontece quando o sistema se desequilibra,. E é importante entender que o sistema em desequilíbrio nos torna mais vulneráveis, comprometendo nossa qualidade de vida e nossa própria existência.
Concluindo:
Os sistemas de equilíbrio nos individualizam, e cada um de nós reage de forma própria aos diversos estímulos. Devemos aprender a nos conhecer e a respeitar nossas diferenças.
Aos cinco sentidos tradicionalmente admitidos deve-se acrescentar outros sensores de interação com o meio e , principalmente, a existência da afetividade, da "alma".
O que sentimos, incorporamos. E o que incorporamos, transmitimos.
Voltando à Alma Feminina
Creio que nada tenha influenciado tanto ao evolução das últimas décadas quanto as novas e diferentes posturas adotadas pela mulher. E creio que a defasagem de "timing" entre a adaptação do homem à esta nova mulher e a velocidade destas mudanças seja a responsável por grande parte dos descompassos que vivemos.
Em que ponto se encontra hoje, por exemplo, a capacidade do homem de compreender e partilhar com a mulher, momentos como "desligamento", amamentação, colo e até mesmo beijo na boca? Como repartir, e talvez fosse melhor multiplicar por dois, a Maternidade?
Esta noite sonhei com o melhor e mais afetuoso abraço que já recebi na vida. Do meu pai.
No Dia Internacional da Mulher, viva, e sobreviva, a alma feminina.