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11/08/2006

ATITUDES DE PREVENÇÃO - IX
Preto no Branco

Por Sérgio Castiglione


Desde o início da novela Páginas da Vida vem se acentuando as discussões sobre o "racismo" no Brasil. Como legítimo integrante do poder formador de opinião de nossa sociedade, por profissão e pelo status cultural que me foi permitido alcançar, não me é lícito ficar à margem de tal discussão.

Em primeiro lugar, parto da premissa, que julgo suficiente para dar respaldo ao que aqui discorro, de que nosso planeta não abriga raças, sendo esta classificação bastante apenas para "estudos estatísticos" conduzidos para o bem (como na determinação de potenciais genéticos que nos permitiria interferir, sempre positivamente, na saúde e bem estar das pessoas), e pelo mal (exploração sócio-econômica, política e geográfica de informações privilegiadas).

Moramos no Brasil. É verdade que nossa formação étnica é múltipla. É verdade que, em algum momento, muito lá atrás, alguns subjugaram outros, pelo poder das armas, do conhecimento, do status econômico, aqui e em outros lugares. Mas também é verdade que este contexto social vem mudando, pelo advento de melhores meios de comunicação, por evolução da espécie. E não por involução. Simplesmente porque a evolução é inevitável.

Estamos importando para o nosso país um "apartheid" que não é nosso. Quem, além dos patrocinadores ávidos de IBOPE (vendas) vai lucrar com isso?
Estão configurando um cenário de faroeste caboclo, no qual os brancos maus e os negros bons, e vice-versa, se conflitam em proporções de perigoso crescente. Não somos divididos em sulistas e nortistas como em outras épocas e lugares já aconteceu.
E estão ignorando que a tal da evolução se baseia no reforçar dos aspectos positivos, da auto-estima, da convivência que reconhece as diversas formas de dependência entre os habitantes de um mesmo Planeta, o qual hoje sofre as conseqüências desastrosas dos descaminhos da espécie humana, independente da cor da pele de seus agressores.

Se, para algumas pessoas, for necessário exemplificar o que tento dizer, aí estão temas para discussão:

– Salvo falha grosseira de minha suposição, já que não sou historiador nem tenho idade centenária, creio que a captura de negros nos países africanos para servir de mão de obra escrava nos países dominadores tenha contado com o apoio e a participação direta de grupos tribais de mesma tez, movidos por interesse econômicos do momento. Creio também que não havia plena harmonia entre tribos de mesma cor de pele nos países em questão. E todos estes fatos perduram, pelos mesmos motivos, mantendo brancos ou negros como escravos de diversas formas, até nossos brilhantes dias.

– No processo de miscigenação ocorrido no Brasil ao longo de seus quinhentos anos de história mais recente, é patente o desenvolvimento em nossa gente de um processo afetivo diferenciado e não discriminatório (sabe-se lá por que mistérios desta terra), reconhecido em todos os cantos do mundo, e que vem recebendo manipulação inadequada (quem sabe por que desatinos destas mentes desagregadoras). Sou "branco", filho de uma mistura de avôs, e bisavós, e tataravôs, e por certo primatas, portugueses e italianos, negros e índios.

– Se há necessidade de referência explícita à "raça" negra no nosso país, admitamos que nenhum outro homem brasileiro foi mais aplaudido e reverenciado, em nossa terra ou fora dela, que um negro chamado Edson Arantes do Nascimento. Por suas qualidades de homem, de profissional. E não pela cor de sua pele.

– Se necessitarmos exemplos contemporâneos para dar base ao pensamento que exponho, cito a infeliz matéria levada ao ar durante o programa "Superpop" da RedeTV em 10/08/06; na mesma calçada, um rapaz negro e um rapaz branco se colocam a mais ou menos trinta metros de distância um do outro, nesta ordem. Ambos fazem sinal para táxis. São quatro episódios em que os carros não param para o rapaz negro, parando para o rapaz branco.
As imagens devem ser analisadas com cuidado, pois a intenção delas é a demonstração de um processo de racismo por parte dos motoristas.
Deve-se, entretanto, levantar algumas questões. Em primeiro lugar, devemos observar se a postura física de ambos, ao sinalizar para o táxi, é idêntica. Se a indumentária, componente usual para determinar a estratificação de nossa deturpada estrutura de classes vigente, não os diferencia. Se o tempo destinado à visualização da pessoa que sinaliza é o mesmo, com a mesma facilidade para a manobra de estacionar. Se houve a realização de tentativas com o posicionamento inverso dos dois rapazes. E, por último, uma grave omissão, mesmo que justificada pela necessidade de proteger a identidade dos motoristas - qual é a "raça" dos motoristas?
A quem interessa tudo isso?

– Ainda para exemplificação, acreditando piamente em nossa boa formação moral e profissional, que tipo de monstro seria aquele colega que, ao atender em sua clínica diária, crianças com cores de pele diversas, visse neste fato uma razão para determinar cuidados, e conseqüentemente oportunidades futuras, diferentes entre si? Ou assim agisse diferenciando-as pela possibilidade de render-lhe honorários? Será que devemos destituir de suas integridades os profissionais responsáveis pela formação de nossos filhos, os professores e os médicos?

– Nas escolas, discute-se na atualidade, de forma mais abrangente, um antigo e interessante fenômeno comportamental que já teve diversos nomes, e ao qual hoje chamamos de "bullying". Crianças e jovens que, de forma isolada ou em grupos, adotam atitudes ou fazem comentários sobre outras, de forma jocosa ou às vezes agressiva abordando, inclusive, características físicas como: quantidade de gordura, tipo de cabelo, jeito de andar, cor de pele, marcas de nascença, e inúmeros outros etc., atitudes estas que visam a ter a mesma força desestabilizadora do velho e já ultrapassado "xingar a mãe". Este tipo de atitude, quando entre adultos de um mesmo ambiente de trabalho, recebe o nome de "mobbying". E elas não podem, apenas em alguns casos, configurar uma atitude de racismo.

Afinal, qual é o poder que subjuga o mundo? Que cor de pele ele tem?

Nossa população, empobrecida sem distinção de cor pela ação dos usurpadores, se aglomera em regiões de baixas condições de moradia, saúde, e higiene, tendo seus direitos mais legítimos utilizados ininterruptamente como moeda de barganha em processos eleitoreiros.
É verdade que boa parte desta população é de negros e de suas diversas formas de descendência e miscigenação. É exatamente aí, nesta miscigenação, neste acúmulo de experiências, que se encontra o imenso poder não aflorado (e por alguns, com interesses escusos, mantido ignorado) desta imensa parcela de nosso povo.

Neste momento, mais do que discutir o tema em novelas, e muito além dos limitados horizontes das abordagens carregadas de falsas boas intenções, cabe a esta população, sem distinções de qualquer espécie, valorizar-se e não aguardar nem aceitar de seus falsos senhores as migalhas que lhe vem sendo oferecidas através deste desequilibrado sistema de escambo dos programas e das concessões sociais.

Valorizem-se, recusem os estereótipos, resgatem o poder da cidadania e da imensa cultura que têm, independam de favores eleitoreiros, jamais se aceitem como pobres, burros, doentes ou feios, sejam os donos verdadeiros de suas vidas e de sua evolução.
Reconheçam-se apenas e indistintamente como seres humanos.

Contra a guerra encomendada da distinção de cor.


Sérgio Mourão Castiglione
Médico Pediatra
[email protected]
www.sergiocastiglione.med.br
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