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© 2005 Isabel Vidal
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13/06/2008 - COTIDIANO XIV

Mc História


Histórias de ficção sempre são baseadas em fatos reais.
A realidade, às vezes dura e difícil de encarar, se ameniza com a sátira, com a ironia, com o faz-de-conta.

Então, vamos fazer de conta que os dois personagens desta pequena história seriam dois fictícios Mcs. Vamos chamá-los de Mc Bar e de Mc Cain.

Um deles nasceu latino, e o outro nasceu num outro lugar. Eram dois bebês bonitinhos, um branco e um negro, desses que a gente gosta de ficar brincando, de passar a mão na cabeça. Nunca se conheceram, moravam muito distante um do outro. Na verdade era enorme, desde a saída do útero que nos iguala, a distância entre suas vidas. Um oceano e um canal para separar e para unir.
Porém, nunca tiveram a consciência real das recíprocas existências. Juntaram-se apenas quando ocuparam espaços diferentes em um mesmo jornal deste junho de 2008.
Outono para Bar e primavera para Cain.

Bar nasceu gostando de pagode, de futebol redondo jogado sem camisa e com os pés no chão, das bolas de gude no triângulo riscado na areia, das pipas e dos balões e dos carrinhos de rolimã.
Cain nasceu ouvindo jazz e música erudita, aprendeu a jogar futebol oval com armadura e tênis de grife, brincava com as bolas de metal do PinBall, com carros de radio controle e com réplicas de U-2.

Por genética e "was born", Bar quase não estudou. Sua ambição era o fim de semana.
Pelas mesmas razões, Cain tinha muito estudo. Suas ambições alcançavam 4 a 8 anos, sempre vislumbrando um I'll be back.
Bar gostava de carne de porco, de preferência torresminho acompanhado de uma loura gelada até o trôpego andar. Cain, louras quem sabe, preferia um hamburger super, mega, hiper, de três andares.

É claro que, principalmente na adolescência, ambos tiveram seus momentos comuns: limites a quebrar, autoridades a questionar, cabeça a se formar, as experiências que se somam, e se multiplicam. As bases que se concretizam e determinam destinos.

Bar fez "de um tudo" para ganhar a vida. Tomava conta de carros numa calçada, flanela na mão, e só Deus sabe quantas famílias às quais sustentar e prestar contas.
Cain, prestando contas à sabe-se lá quantas famílias, sempre trabalhou na outra ponta da história, lá onde se produzia os carros qu Bar guardava, as peças dos carros que Bar guardava, o som dos carros que Bar guardava, o dinheiro para comprar à crédito os carros que Barrau guardava.

Claro, cada um no seu canto, e com seus compromissos.
De repente, para ambos, o dinheiro do sustento e dos sonhos se acabou.
Uma operação Maravilha, na Praça onde Bar vivia, e o fim dos donativos que sustentavam os sonhos de Cain.

Bar, necessitado, aceitou o lobby errado, em busca de recursos para sobreviver (o governo não lhe daria ajuda).
Cain, ambicioso, definiu-se como "um candidato limpo em campanha contra o lobby", mas aceitou a ajuda de módicos U$80 milhões que o Governo federal de lá colocara à sua disposição para continuar com seus sonhos.

No escuro, Bar subia diariamente os degraus que o levavam a uma casinha branca, destas com teto de zinco, com dois pequenos (in)cômodos.
No escuro, Cain sonhava subir os degraus que o levariam àquela casa branca, com enorme cúpula arredondada e incontável número de cômodas alas.

Na noite em que dois holofotes iluminaram Bar, erradamente no lugar em que fazia algo errado, os santos não fecharam seu corpo e sua potência de fogo não foi capaz de sustentar sua vida e seu destino, frente a um arsenal superior, a uma verdade superior, e à necessidade de uma ordem superior se estabelecer.
Na noite em que os holofotes iluminariam Cain, certamente no lugar onde faria muita coisa errada, sua vida e seu destino estariam sustentados pelas hordas de tanques, e aviões, e navios de última geração, e por uma espécie de nova ordem que se estabelece pelas "verdades economicamente superiores" que o pastoreariam até lá.

Esta fabulosa Mc História, pela ausência forçada de um dos personagens, poderia acabar aqui. Mas toda história, mesmo quando amoral, tem moral.

Amorais da História:

Na Europa, os Suecos encabeçam a lista dos que menos necessitam trabalhar para viver bem, em torno de 32 horas semanais, no que são acompanhados por vários outros povos europeus, cuja carga horária semanal não ultrapassa 38 horas. Eles têm padrão de vida extremamente superior ao nosso, têm licença maternidade de até 1 ano, têm licença paternidade, têm férias e boas oportunidades de lazer, cultura, educação e informação de alta qualidade.

Mas não nos querem por lá.

Nos querem onde suas indústrias nos necessitam como mão de obra barata a 44 horas semanais cheias de falsos benefícios sociais, para transformar os insumos que nossa terra lhes oferece à preços vis em produtos industrializados de alto custo. Nos querem onde seus grandes conglomerados financeiros nos possam usurpar lucrando com o crédito a juros escorchantes que nos oferecem para comprar os seus produtos. Nos querem nos locais onde suas indústrias, instaladas sob incentivos fiscais que nos negam os benefícios dos impostos, são livres para destruir o meio ambiente que nos pertence.

Como diz um amigo que tem a língua plesa, tudo devidamente "lobbado"
É da terra de Cain que vem a cruel sentença . É muito fácil dizer que "a vida é agora" quando no final do mês, o custo desta verdade é de 0,01% do orçamento familiar, não comprometendo a compra dos ingressos da final do basquete.

É diferente quando o custo da "urgência da vida" fica entre 10 e 15% ao mês, diminuindo consideravelmente a quantidade de feijão no prato

Criança é que gosta de brincar de faz de conta.

Tanto lá como acolá.

Mais iCi

   ....O guri no mato, acho que está rindo,
   Acho que ta lindo de papo pro ar
   Desde o começo, eu não disse, seu moço
   Ele disse que chegava lá......

   (O Meu Guri - Chico Buarque)


Sérgio Mourão Castiglione
Médico Pediatra
[email protected]

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