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© 2005 Isabel Vidal
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17/07/09 - UM BAIRRO MELHOR

APOCALIPSE.NOW


O alvoroço era grande, naquela segunda-feira.
Quem poderia imaginar um momento como aquele?
Apesar das tentativas anteriores, dos inúmeros convites, tantas portas abertas, caixas destampadas, bueiros entupidos e promessas bíblicas, só agora eles poderiam se reunir.
Não haveria meio-ambiente mais propício.
Dentro de algumas horas o CP-5 seria lançado em rede global, e em algumas afiliadas afilhadas, com polpudos patrocínios e retorno certo para os investidores.
A entrevista com o pé na bunda, digo, pontapé inicial, seria transmitida ao vivo pelo Bom Dia Minha Gente, e reprisada pelos programas RJ Te Vi (3 edições diárias), Eu Sou Mais Eu, Hoje e Sempre, Asteróides, Jornal do Intervalo das Novelas, Notícias da Night.
No fim de semana seria apresentada no Um Lenço Só Não Dá, e no Magnífico ô Meu.
Sob licença, em flashs, no Má Fama e no Penico na TV.
E enquanto estivesse dando um troco, no Vale a Pena Um Verde Novo.

A sigla do grupo foi sugerida pela mídia que organizava o encontro.
Os membros que o comporiam consideravam-se Catalisadores de Patologias.

Repórteres, Microfones e Câmeras. Tudo pronto.

O local escolhido para o evento foi a Praça São Judas Tadeu, no Cosme Velho.
A organização atendeu aos argumentos e oferecimento de seu modesto habitat, por um dos membros do CP-5, antigo morador da Praça, o Sr. Caramujo Africano.

O Sr. Caramujo, imigrante, se instalara naquele local porque, em virtude de promessas políticas não cumpridas sobre o Programa de Cotas da Casa Própria Para Afrodescendentes (PCCPPA), se via obrigado a se arrastar pela terra, carregar a casa nas costas, se esconder dos cães no meio da grama, e viver subindo pelos muros e paredes.
Entretanto, face à importância da reunião o Sr. Caramujo se esforçara para oferecer a todos uma régia recepção, atento aos gostos e necessidades de cada um.

Pairava uma certa inquietude no ar, pois os convidados estavam demorando.
Para encher lingüiça, digo, ocupar o tempo e distrair os telespectadores, flash-backs amarelados e entrevistas com um sem-número de famosos quem(?).

Motivo de óbvio zum, zum, zum, a Sra. Aedes e o Sr. H1N1óinc chegaram juntos.
Embora tivessem partido de pontos diferentes, usaram a mesma estrada, cuidando de evitar problemas com alguns airbus.
Justificaram o atraso pela existência de uma tal Zona de Convergência, que não queria deixar a Sra. Aedes descer nem o Sr.H1N1óinc subir.
Encontraram-se a meio-caminho e, embora não convivessem lá muito bem num mesmo ambiente, a reunião do CP-5 justificava os desconfortos. Conversaram durante a viagem.

“- Olá, Sra. Aedes, que belos ares. Folgo ao vê-la (literalmente). Percebo que está mais gordinha. O que tem nesta pancinha?”

“- São meus ovinhos, Sr. H1N1óinc. Tenho andado, digo, voado bem. O Sr. sabe que meu negócio, o transporte de sangue, é rentável. Tenho muitos clientes, mas ultimamente tenho estado mais ligada ao Dengue e à Sra. Amarela. Vim para ficar, e daqui não saio mais. Estou com o boi na sombra e água fresca. Por falar em boi, porque o Sr. não veio de porquinho? Pegou carona com alguma franguinha?”

O papo estava rolando, isto é, voando, até que se aproximaram do local da reunião.

O Sr. Caramujo os recebeu, gosmento:
“-Que bons ventos os tragam”.

Respondeu-lhe a Sra. Aedes:
“- Amigo, você não sabe como foi difícil localizar esta Praça, no meio de tanto fog. Onde arranjam tanto spray? Notaram meu perfume diferente? É novo, mas só para insetos. Só para os insetos”.

O Sr. H1N1óinc cumprimentou o Sr. Caramujo e acrescentou:
“- A viagem foi longa. Os nacos e a tequila foram acabando, eu me senti meio fraco. Ainda bem que encontrei gente bondosa que me ofereceu uma vitamina chamada meium a-z com muito c, e um delicioso sanduíche em três camadas de T-Bonegripe. Me deram um pro dia e um pra noite, e logo me senti mais forte”.

Cumprimentaram os presentes e se instalaram, com a certeza de que estavam sendo bem recebidos.

O Sr. Caramujo acomodou o Sr. H1N1óinc em um narigão mal assoado, e a Sra. Aedes no alto de uma marquise mal asseada.

Em seguida apareceu o Dr. Coliforme.
O Ilustríssimo Dr. Tinha a fama de boca suja.
Ele, que já chegara há tempos, estava no banheiro aguardando a aparecimento de sua condução. Aproveitou o momento em que um dos repórteres entrou no local para fazer 1 e a já habitual 2, e pulou para as suas mãos. Daí para o microfone, para a caneta, para as mãos de outro repórter, para os puxadores da porta do Dia e Noite (aqui na Praça tem puxador) foram só outros pulinhos.

Ao ver o Dr. Coliforme chegando, o Sr. Caramujo exclamou, ferino:
“- Caro amigo, quanta saudade. De onde vem essa sua língua negra?”

Embora constrangido, o Sr. Coliforme não se fez de rogado:
“- Vem da mcp: a m... das águas de março; a c.... de um emissário furado e curto; e a p.... do descaso político”.
Dito isto, aboletou-se em bela espiga de milho cozido, juntando-se ao grupo.

Ao todo, eram quatro.

Mas faltava ela, a Salmonella.
Mais atrasada do que todos, suas desculpas esfarrapadas citando um mal estar não convenciam aqueles que sabiam de sua participação no picnic dominical.
Todos conheciam, de sobras, os seus podres.
E ela, a Salmonella, falava com cautela. Para não derramar seu caldo.
“-Vocês acham que tiveram dificuldades para chegar até aqui? Imagina se tivessem antes, como eu, que quebrar alguns ovos?”
Chafurdou-se então, com licença poética do Sr. H1N1óinc ao uso do verbo, na maionese de um podrão completo, aguardando o início da gravação.

Durante a entrevista apresentaram seus planos e estratégias de ação, falaram da ampliação de suas áreas de atuação, estabelecimento de franquias. Analisaram os prós e contras, relembraram episódios em que estiveram no pico de popularidade.
Os cinco ainda discutiram sobre a ampliação do grupo, a idéia de convidar o Sr. Tripanossoma. Pensaram em homenagens centenárias, mas decidiram não arriscar com segundas interpretações quanto ao seu nome. Além do mais corriam o risco, nestes tempos de blitz e choques de ordem, de vê-lo chegar transportado por um barbeiro.

Julgavam os entrevistados que formariam um grupo de 5 Catalisadores de Patologia nunca visto antes assim juntos na história recente deste País.

Os patrocinadores, muito animados e satisfeitos com o retorno financeiro obtido com seus patrocinados, fincaram as patas, as mãos, as bolsas, as rotativas, os microfones, os balconistas, os santinhos, e os cofres no CP-5.

Mas, depois da entrevista, já que bobos os patrocinadores não são, lavaram as mãos.
O que se recomenda a todos que querem se proteger, principalmente depois de tocar em coisas contaminadas ou sujas, como: puxadores de portas, mãos de quem lida com dinheiro, mobiliário de transporte público ou alternativo. Também a quem quer proteger bons amigos, antes do aperto de mão do Bom Dia.

E a entrevista está aí.

Na Terra,
Nas Águas,
No Ar.

E agora, eu espero e jogo,
no Fogo.

Em tempo: na emissora da UPA (União de Produtoras Auto-sustentáveis), em seu programa Sustos na TV, o grupo CP-5 tem sido renomeado

OS 5 CAUSADORES DE PÂNICO

É, ou não é, um apocalipse?


Sérgio Castiglione
Médico Pediatra

[email protected]



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