26/06/09 - UM BAIRRO MELHOR
EMPURRANDO COM A BARRIGA
Empurram com a barriga, que tem entrada e saída, mas não tem fechadura.
Enchem nosso saco que, creiam, não tem mola.
Esgotam nossa paciência, que não é blindada.
Ora é o Senado, que empurra, com ela distendida por secretas prerrogativas.
Um ou outro Deputado, Vereador, Prefeito. Sonham ter barrigas maiores.
Ora é uma empresa de telefonia. Estas, empurram cientes da jurídica impessoalidade.
O pobre e o endividado, com certeza. Bolsos vazios, e a dita cheia. De ar e de fome.
Aos cidadãos então, físicas pessoas, tal exercício abdominal é fundamental para chegar ao fim do mês.
Há um ponto de encontro comum para este conclave abdominal. Os Bancos.
A eles , todos convergem. Depositar, Sacar, Lavar, Pagar, Pedir. Implorar.
Mas há limites. Éticos e conceituais.
Que os primeiros caíram por terra, isto já sabemos.
Agora, inadmissível é que para entrar num Banco, apenas para entrar, tenhamos também que empurrar a porta com a barriga.
Dia 10 de junho passado, duas semanas atrás, me dirigi ao Bradesco da Rua das Laranjeiras, esquina com a General Glicério.
Ao entrar, para pagar, empurrei a porta de vidro que separa (no caso, não une) a agência e a rua.
Como o adesivo da porta Blindex não fazia menção ao uso do abdome, e nem havia aquela peça que se denomina barra (ou maçaneta, ou puxador), usei a mão mesmo.
E me dei mal.
A traiçoeira tranca de metal, mal desenhada e pessimamente alocada, à altura da minha mão, tinha combinado com o vidro da porta e com a mola que dela faz parte, o seguinte estratagema:
1) Quando um otário, cidadão, pessoa física, destes que só pagam, magrinho e sem barriga, usar a mão para empurrar a porta, o vidro escorrega, a mola faz pressão contrária, o dedo do otário se encaixa no mecanismo mal(?) colocado, quebrando-se.
Ou no mínimo, sofre uma luxação.
Certo mesmo é que vai doer pra caramba.
2) Assim ele aprende que, pra se dar bem, tem que empurrar com a barriga.
Se ele entender direitinho, vai ficar calado, não vai fazer nada. Vai empurrar nossa pegadinha com a barriga, e vamos continuar a pegar os otários.
Acontece que com esta segunda parte eu não concordei.
Falei com o segurança, e chamei o gerente.
Este veio e, muito ocupado com os recebimentos do dia, mal me recebeu.
Disse-me que nada poderia fazer, e me esclareceu:
"Esta fechadura eletrônica é assim mesmo, e não pode sair daí".
E completou:
"Esta porta Blindex não aceita a colocação de puxadores e barras".
E, como uma mola, veio e se foi.
Mas com esta parte também não concordei, tornando a abordá-lo.
Declinei minha condição de médico e de Diretor da AMA Cosme Velho.
Pedi a ele que tomasse providências para que outros otários não passassem por isto.
Ele disse que era difícil, mas que entraria em contato com o pessoal da manutenção.
Percebi então em que time ele jogava.
E olha que ele nem era um sujeito gordinho.
Cheguei em casa e escrevi um e-mail para a ouvidoria do Banco.
Horas depois, tive um retorno telefônico prometendo que dariam um jeito no maléfico conjunto, mas até hoje, dia 25, nada aconteceu.
A não ser, talvez, com outros otários.
Acho que os responsáveis pela manutenção estão ocupados, enchendo a pança, para exercer melhor sua abdominal função.
Para que esta história não pareça denuncismo vazio e sem propósito, ofereço meus contatos (via site), meu dedinho ainda luxado, e as fotos que vão anexas, do perigoso trio de meliantes porta/mola/fechadura.
Há registro de portas semelhantes de agências deste e de outros bancos que já se regeneraram, e adotaram bons puxadores.
Mas estas fotos eu fico devendo.
Estas, eu (?) empurrei com a barriga.
Em tempo, a todos.
Eu não sou tão magrinho não.
Ando até fazendo caminhada no MEXA-SE LARANJEIRAS para perder a barriga.
Vai um empurrãozinho aí?