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/Notícias

AMA Cosme Velho, 07/01/11


MÃE JOANA NÃO MORA MAIS AQUI

Estamos vivendo o início de um novo ano, o que traz a expectativa de correção de rumos, tempos mais prósperos e felizes.

Mudanças.

Não emudecimentos.

Ao que parece, pelas notícias veiculadas pela mídia (mesmo que naquele exíguo espaço que resta entre as de patrulhamento do Lula e as sobre nossos “novos heróis” - arghhhhhh), a Prefeitura do querido Rio de Janeiro está procurando dar uma boa ajeitada na cidade maravilhosa.

A instalação do Centro de Controle que monitora grande parte do cotidiano funcional da cidade, a crescente vitalidade dos processos culturais, a participação quase imprescindível das empresas X, são alguns dos sinais da alavanca que nos pode fazer crescer através dos investimentos públicos e de empresas privadas.

Sem dúvida, neste processo acontecem erros e escorregões, involuntários ou premeditados.

Entretanto, erro maior é o da inércia de
cidadãos que assistem aos desmandos diários sem nada fazer.

É
verdade que o acesso do cidadão comum às esferas administrativas, embora mais facilitado pelas tecnologias atuais de comunicação, não tem o retorno tão ágil quanto a rapidez dos processos de contato faz supor.

Esperamos dias para ter retorno, nem sempre com a solução adequada, de nossas demandas a serviços do governo ou de concessionárias, entre outros.

Reclamamos dos preços altos, na verdade exorbitantes, de determinados estabelecimentos comerciais do bairro, mas não os boicotamos e continuamos a fazer nossas compras, refeições, etc... nestes mesmos lugares.

Assistimos a queda diária de fradinhos eárvores nas nossas calçadas, mas não exigimos de forma mais contundente o respeito aos sinais e à velocidade do transito. Muito menos que corrijam as cuvas mal feitas da Rua Cosme Velho ou a altura protetora de seus meio-fios.

Reclamamos dos que obstruem nossa passgem pelas calçadas, mas convivemos com isso dando voltinhas pelo meio da rua, nos colocando em risco.

Tropeçamos nos buracos da calçada alheia mas não corrigimos a nossa.

Convivemos com o aporte diário médio de 3.000 turistas ao bairro e admitimos que os mesmos sujem nossas ruas, estacionem sobre nossas calçadas, gerem um caos urbano intermitente, atraiam todo tipo de serviço agregado, e tudo isto acontece com qualidade zero de controle e adequação.

Os turistas, em grande parte, não tem qualquer tipo de compromisso com o lugar, agindo como “formigas de carregação”, ou seja, aproveitam o passeio e vão embora sem se importar com o rastro deixado.

A culpa não é deles, é nossa.

Nós, os moradores, precisamos fazer com que os turistas e os gerenciadores públicos e privados desta importante atividade compreendam definitivamente que eles são bemvindos, mas que aqui não é mais a casa da mãe Joana.

Ela precisa se mudar do Cosme Velho.


E sem deixar saudades.


Sergio Castiglione
(Vice-Presidente)

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