A marcha das margaridas
Glória Souza - Socióloga
Brasília foi tomada pelas Margaridas nos dias 21 e 22 de agosto de 2007. A Marcha expressa o legado de Margarida Maria Alves, trabalhadora rural que foi um exemplo de compromisso e coragem na luta pelos direitos dos trabalhadoras rurais no estado da Paraíba e que foi assassinada em 1983.
. Com o lema “Marcha Contra a fome, a pobreza e a Violência” 50 mil mulheres de todo o Brasil, e 30 mulheres de outros países (que participavam da Conferência Internacional e da Marcha Mundial das Mulheres), fizeram uma marcha em Brasília pra garantir e ampliar as conquistas das mulheres do campo e da floresta, de todas as raças e etnias e gerações. Elas visam um país verdadeiramente soberano, justo e solidário, com igualdade de gênero.
No Pavilhão do Parque da Cidade Sarah Kubistchek, no dia 21/08 ocorreram palestras e debates sobre os temas: Democratização dos Recursos Naturais: Terra, Água e Agroecologia - Mulher, Política e Democratização - Enfrentamento e combate a violência contra as mulheres - Previdência Social - Desenvolvimento, distribuição de renda, valorização do salário mínimo e do Trabalho. Aconteceram, também apresentações culturais, apresentadas pelas delegações dos estados. No dia 22 ás 8 horas aconteceu uma Caminhada de 8 quilômetros : “ Margaridas em Marcha á Esplanada dos Ministérios contra a Fome, a Pobreza e a Violência Sexista”. Já haviam sido encaminhadas várias reivindicações ao governo federal. Depois da Marcha o Presidente Lula e vários Ministros compareceram ao local e alguma das reivindicações foram atendidas, como a do Movimento das Quebradeiras de Coco Babaçu do Maranhão, Piauí, Pará e Tocantins, que querem o direito de trabalhar nas terras da União onde o Babaçu é nativo. As mulheres querem, também a titularidade da terra, mais investimentos para a Saúde, Educação no campo e nas pequenas cidades do interior, pois isso evitaria a ida de muita gente para as grandes cidades. Querem mais atenção aos problemas do campo, inclusive porque os moradores da cidade comem o que os trabalhadores rurais plantam.