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© 2005 Isabel Vidal
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 CULTURA E TURISMO


PG4 - Continuação da História do Bairro de Laranjeiras


OS GRANDES EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS

A Companhia Sul América realizou no bairro o primeiro empreendimento imobiliário de grande porte, abrindo uma rua (a Pires de Almeida) e construindo 23 edifícios. O projeto é de 1927, e as obras foram concluídas três anos depois. Para a empresa, o empreendimento foi compensador, pois todos os apartamentos foram alugados.

Em 1939, a Fábrica Aliança começou a ser desativada e, no terreno que ocupava, seus proprietários projetaram um grande loteamento, de cujo projeto foi autor o arquiteto paulista Washington de Azevedo. O loteamento chamou-se "Jardim Laranjeiras" e foi contemporâneo do "Jardim Guanabara", na Ilha do Governador. Toda via, o momento não era propício para lançamentos imobiliários de grande porte (como o Laranjeiras), pois estávamos às vésperas da Segunda Guerra Mundial. O loteamento Jardim Laranjeiras foi relançado em 1945, com alteração do projeto na parte da atual General Glicério, com a proposta de edifícios e de um túnel ligando essa rua a Bambina, em Botafogo. Foi um grande impacto urbanístico sobre o bairro, já que 10 novas ruas se abriram, com cerca de 360 lotes e 12 terrenos para edifícios de 12 andares.

O terceiro grande empreendimento imobiliário foi realizado pela família Guinle, grande proprietária de imóveis em Laranjeiras, entre os quais um palácio, hoje propriedade pública - o Palácio Laranjeiras -, com imenso terreno circundante. Em parte desse terreno foi aberto um loteamento projetado pelo arquiteto Lúcio Costa, autor do Plano de Brasília. Desse arquiteto são também os três primeiros prédios do conjunto, o último tendo sido projetado por M. M. Roberto Arquitetos. Trata-se de importante conjunto arquitetônico, reconhecido internacionalmente como expressivo exemplar da arquitetura e do urbanismo modernos.

São três exemplos de intervenções modernas em Laranjeiras que, embora tenham alterado sua ambiência, não provocaram a sua degradação. A qualidade arquitetônica e urbanística desses três empreendimentos assegurou-lhes posteriormente o seu tombamento. O mesmo não se pode dizer das obras realizadas pelo poder público, como o túnel Santa Bárbara (1963), 0 viaduto Noronha Santos (1965), o túnel Rebouças (1965) e, recentemente, a obra da "via paralela", que destruiu parte da rua Moura Brasil, derrubou vilas e acresceu mais um viaduto ao bairro. São obras rodoviárias que descaracterizaram os bairros de Laranjeiras e Cosme Velho, tormando-os de passagem, barulhentos e poluídos. Não menos danosas foram as sucessivas legislações urbanísticas que, desrespeitando as características ambientais e o patrimônio arquitetônico de Laranjeiras e Cosme Velho, incentivaram a verticalização das edificações e a ganância dos especuladores imobiliários.

As casas foram derrubadas e seus jardins destruídos para, em seu lugar, se erguerem altos edifícios sem qualidade arquitetônica, formando verdadeiras muralhas de concreto, prejudicando a circulação dos ventos e tapando a vista dos morros e de suas matas. Em decorrência dessa verticalização a população aumentou tanto que Laranjeiras que, para cada morador, há apenas 0,40m² de área livre nas suas praças e no Parque Guinle, quando o mínimo deveria ser 2,50m² por pessoa.

A ELITE ECONÔMICA E CULTURAL

Como vimos, o bairro começou a ser ocupado pela importante e rica família "paulista" do Ouvidor Cristóvão Monteiro. A ela se sucederam. Ao longo dos séculos, muitas outras famílias importantes, como a dos Lisboa, Velasco, Roxo, Torre, Frontin, Pereira Passos, Teixeira de Freitas, Moura Brasil, e tantas outras de nobres (aqui viveram a Princesa Isabel e o Conde d'Eu, no atual Palácio Guanabara, e a filha de Pedro I e da Marquesa de Santos: a Condessa de Iguaçu), comerciantes, profissionais liberais, militares graduados (General Andréa, Beaurepaire Rohan, Almirante Delamarre, etc.) e políticos, que deram ao bairro a fama de ser um recanto de aristocratas da cidade do Rio de Janeiro. Ficaram famosos os saraus, os bailes nas mansões como a da Condessa de Haritoff ou os concertos no Clube Laranjeiras, em que vinham tocar músicos famosos como Alberto Nepomuceno.

Dos antigos palacetes, alguns sobreviveram à fúria da especulação imobiliária, como o Palácio da Guanabara (residência da Princesa Isabel), o Asilo João Alves Affonso (residência do Barão de Macaúbas), a casa da família Modesto Leal (residência de Raimundo Roxo), e também o belo conjunto arquitetônico construído para fins de aluguel pelo rico comerciante Antônio de Oliveira Leite Leal, chamado hoje "Casas Casadas", que a AMAL tanto luta para preservar.

Em Laranjeiras e Cosme Velho também nasceram ou viveram intelectuais e artistas importantes da cultura brasileira como Lima Barreto e Villa-Lobos (que nasceram na rua Ipiranga), Machado de Assis, Coelho Neto, Max Fleiuss, Marco Carneiro de Mendonça, Marcos Rebelo, João Manuel Pereira da Silva, José Antonio Lisboa, Alceu Amoroso Lima, Gustavo Corção, Sobral Pinto, Múcio Leão, Lúcio Albuquerque, Lysia e Nilo Bernardes, Paulina D'Ambrósio, Augusto Rodrigues, Noel Netels, Silva Melo, Barão Homem de Melo, Cecília Meireles, Eugênio Gudin, Andrade Murici, Henrique Nienberg, Osvaldo Aranha, Dr. Fernando Magalhães e muitos outros.

Rua das Laranjeiras (entre Soares Cabral e Leite Leal). Reprodução : Nireu Cavalcanti

OS POBRES

Viviam nas senzalas dos ricos e importantes senhores do Vale da Carioca, explorados e humilhados, escravos africanos. Foram eles que realizaram parte da fortuna desses senhores e transformaram as propriedades em belas chácaras produtivas. Alguns conseguiram a alforria, como João da Távora, em 1717; e até houve quem ganhasse uma chácara, como os escravos de Antônio José Pinto Guimarães - Lizaura, uma crioula; André, pardo; Gonçalo, congo; Sebastião, Daniel Mateus e João, que eram inhambanes; e Roque, quilamane -, que viviam na atual rua Pereira da Silva. Foi uma doação com usufruto para a Santa Casa da Misericórdia, por isso os filhos desses escravos não ficaram com a terra, e sim a usufrutuária. Na sua maioria morreram como escravos, pobres e sem nenhum bem. Mas houve os que não se conformavam com a escravidão em que padeciam e fugiam para os quilombos, como o do Corcovado, que subsistiu por vários anos e só foi destruído em 1829.

Em situação econômica um pouco melhor e, principalmente, por serem livres, viviam no bairro como arrendatários de pedaços de terra das chácaras pequenos lavradores, cuja produção mal dava para pagar o arrendamento.

Mas foi principalmente a Fábrica Aliança que atraiu para o bairro muitos operários para nela trabalharem. Vieram também outros trabalhadores, em busca de habitações modestas, cujo aluguel era baixo, encontráveis nas vilas e cortiços aqui existentes.

Foram esses pobres que enriqueceram o bairro com novas expressões culturais, populares e de vida social mais coletiva. Surgiram os Ranchos "Arrepiados" e "União da Aliança", o primeiro, dos mais pobres, mas ambos ligados à Fabrica Aliança. Além do futebol do aristocrático Fluminense, foram muitos os times populares, como a Estudantina, que tinha até sede na rua das Laranjeiras e depois mudou-se para o centro e virou "gafieira"famosa. Surgiram também os blocos carnavalescos como o "Rasga", os "Periquitos"e os "Canarinhos de Laranjeiras".

O fechamento da Fábrica Aliança foi um duro golpe não só para a economia do bairro, mas principalmente para a vida de seus operários, obrigando muitos deles a sair, a contragosto, de Laranjeiras.

Em 1982, o poder público realizou uma desastrosa intervenção em Laranjeiras, construindo a "Via Paralela", que demoliu a Vila Mesquita, na rua Ipiranga, parte da vila vizinha e a Soares Cabral, expulsando seus moradores (maioria pobres) do bairro.

AMAL: PERSPECTIVA DE MUDANÇA

Felizmente, em 1979, vários moradores se uniram e criaram uma associação de bairro (a AMAL), que vem lutando pela preservação do que restou de importante do patrimônio ambiental, arquitetônico, urbanístico, cultural e humano de Laranjeiras, além de batalhar por mais áreas livres, melhoria do meio ambiente e criação de novos espaços socioculturais.

É curioso observar que a primeira reunião de Laranjeiras para tratar da fundação da AMAL aconteceu no Convento Cenáculo (rua Pereira da Silva), mesmo local em que, 144 anos atrás, quando ali morava o Sargento-Mor e Juiz de Paz Antônio Joaquim Pereira de Velasco, os moradores se reuniram para criar a Freguesia da Glória.

Nireu Cavalcanti

Sua história constrói a do bairro.
Se você possui documentos (iconográficos ou não) referentes à história do nosso bairro e permitir que eu tenha acesso a eles, ficaria profundamente agradecido



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