Bairrodaslaranjeiras, 18/04/08
Blá blá blá por blá blá blá pra falar de reciclar
Reciclagem... palavra comum hoje. Todos sabem o que significa, mas há 30 anos era preciso explicar o seu significado. Palavra recém criada que minha mãe, na época, abraçou com paixão. Um novo conceito, dar novo ciclo às coisas, reutilizá-las para não irem para o lixo.
De tanto que ouvimos esta história em casa, meus irmãos deram este nome a uma recém aberta empresa. Reciclar - Arquitetura e Restauro... não sei se estava totalmente dentro do conceito, mas enfim era um nome interessante. A empresa tinha um bom trabalho, restaurou o Castelinho do Flamengo e a fachada do Teatro Municipal de Niterói, mas como boa parte das empresas do país que trabalham para o governo, faltou fôlego para suportar as irresponsabilidades (falta de compromisso) do poder público... paga, não paga, paga, não paga e a empresa faliu, uma pena... hoje meus irmão se preocupam, um com o Patrimônio Histórico Nacional e o outro, Agrônomo, se preocupa com a qualidade da água e alimentos... reciclar é só um conceito de vida.
Um conceito que também participa da minha vida e da vida da minha irmã. Minha irmã separa o lixo ao extremo, são três formas de separar o lixo... orgânico, sujo e reciclável. Ela mora num sítio e pode fazer adubo do lixo orgânico. Já pra mim a trabalheira fica por conta do que é possível... lavo as embalagem e separo para o
caminhão da reciclagem que passa as quintas-feiras aqui na rua. Dizem que levam tudo pro lixão comum... será?
Separo também, o óleo de cozinha em vidros e depois passo para garrafas pet, na esperança de poder, um dia, chamar o
Disque Óleo Vegetal. Nunca consegui encher uma garrafa sequer, acabo dispensando as garrafas mofadas e pela metade. Mesmo sendo uma pessoa que evita excessos, confesso que me surpreendo como, independente de todo esforço, a gente ainda cria lixo. Um copo de iogurte, uma embalagem de Becel, embalagem de café, embalagem de Ades etc... é inacreditável como isso tudo ocupa espaço na minha pequena área de serviço, até seguir seu destino.
Outro dia, preocupada em não acumular plástico, fui ao supermercado levando 4 sacolinhas de supermercado na bolsa, ali ficaram... não tive coragem de tirá-las da bolsa diante de tantas outras sacolas novinhas a minha disposição. Fiquei imaginando a cara da menina que ensaca as compras, me vendo desamarrar as minhas sacolinhas usadas. Me senti aquelas velhinhas cheias de manias e que acumulam coisas, mas eu justamente queria evitar levar mais coisas pra casa.
Ok, separamos as embalagens para reciclar, muito bem, mas para descartar aquilo tudo gastamos muita água para lavar as embalagens. Como resolver isso? Tô ficando paranóica... toda manhã quando lavo a louça e as embalagens que devem ser recicladas, me pergunto como
economizar água. Abro e fecho a torneira o tempo todo e me sinto culpada por gastar tanta água potável naquela função, como encontrar o equilíbrio nisso? Talvez o pessoal que recicla o lixo pudesse ter grandes tonéis d'agua e lavá-las. Com certeza economizaríamos o liquido precioso... mas e o bicho que aquele lixo todo ia acumular até ser lavado. Uhmmm.
No ano passado me meti a organizar, com outras pessoas, um evento de arte aqui na região -
Arte em Laranjeiras e Cosme Velho, e resolvi convidar a
Recicloteca, que fica aqui em Laranjeiras, para mostrar o trabalho deles e fazer oficinas de reciclagem. O pessoal foi, mas antes me explicaram que a idéia incentivada hoje não é mais reutilizar o lixo produzido e sim produzir menos lixo. Tá certo! Eu detesto sobras de comida dentro de potes de margarina, irk!!!!
Na
praça do Chorinho, este fim de semana, conheci o João Ayres, músico profissional que faz
miniaturas de sucata por hobby. É uma forma de reaproveitar o que descartamos todos os dias. Empolgado ele faz maquetes de tudo que vem a cabeça... fica muito legal e ele ainda ganha um bom dindin com isso. Preocupado com a criançada carente e desorientada da região, ele está em busca de um lugar onde possa montar seu projeto e ensinar a meninada a fazer as pequenas maquetes de sucata. Vale a pena conhecer o trabalho.
Na minha busca pelo equilíbrio das coisas, tenho o Respeito como carro chefe. Penso que se trabalhamos com respeito todas as coisas e pessoas, não há exageros, e assim não agimos de forma tão destruidora de nós mesmos, nem deste querido mundo que segue sofrendo pacientemente, aguardando que a gente se detone ou se harmonize com ele. Acho que é hora de parar um pouco e pensar no equilíbrio entre a necessidade e a irresponsabilidade.
Blá blá blássss por blá blá blássss
20/06/08
Blá blá blá por blá blá blá pra falar de valor
16/05/08
Blá blá blá por blá blá blá pra falar de café da manhã
18/04/08
Blá blá blá por blá blá blá pra falar de reciclar
27/03/08
Blá blá blá por blá blá blá e a minha fauna Kit
14/03/08
Blá blá blá por blá blá blá pra falar de celular
29/02/08
Blá blá blá por blá blá blá e a fauna de cada dia